segunda-feira, 23 de agosto de 2010

dead valley

saímos de las vegas, e deixámos para trás uma cidade onde tudo pode acontecer. O dia iria trazer-nos o oposto de tudo isso. Dead valley é o nada, mas descobrimos que tem muito!

à medida que nos dirigíamos para oeste a temperatura aumentava e a paisagem alterava-se, árida, rochosa mas com umas cores fantásticas!










um enorme vale branco (devido ao sal) rodeado por montanhas rochosas com cambiantes alaranjados, rosados, esverdeados, ocres, castanhos... um dos percursos chama-se mesmo 'artist drive' pela semelhança com uma paleta!












e afinal um vale onde aparentemente tudo estará morto, revelou-se uma surpresa de enorme beleza natural, principalmente ao pôr-do-sol (minha altura do dia preferida), quando as cores se tornam mais quentes com tonalidades surpreendentes.









o calor era insuportável, o sol queimava, e custava mesmo a respirar! foi um dia escaldante, a temperatura rondava os 47ºC, e chegou a atingir os 50ºC, há provas - foto que regista o valor quando circulávamos na parte central do vale.

percebemos porque é dead valley! tudo morre, até os carros às vezes não sobrevivem ao intenso calor... o nosso felizmente apenas ameaçou. Uns hippies que jogavam às cartas descontraidamente numa bomba de gasolina não tiveram a mesma sorte, o carro sucumbiu!
inicialmente pensámos que ainda iríamos dormir ao sequoia national park, mas os USA são enormessss, além disso há sempre uma montanha/serra que nos impede de percorrer o que inicialmente queríamos. e assim foi. as sequóias ficavam a 6 horas de viagem. Impensável. afinal 'em portugal tb há sequóias!!! e segundo me disseram recentemente até tenho sequóias no meu jardim!

ficámos a dormir num motel em Ridgecrest, uma pequena cidade do interior, com uma base militar, e excelentes cabeleireiras! uma vietnamita, que tinha vindo para os USA nos anos 70 (vítima de alguma paixão com um americano em tempo da guerra) iria cortar o cabelo ao zé no dia seguinte. Vietnamita essa que tinha um galo de Barcelos, entre outras recordações de umas férias em portugal. Fantástica coincidência!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

home and away no casamento

Bom, o amanhecer seguinte encontrou mais um elemento no grupo: home and away, chegado na noite anterior.
Completa a pandilha impunha-se a concretização de um dos objectivos da viagem: sermos casados (ou recasados) pelo Elvis - obviamente não me refiro a todo o grupo mas a mim, Lígia/road trip, e José.
O hotel tinha capela e realizava cerimonias, mas estas eram estupidamente caras e absurdamente convencionais; quer dizer, qual o interesse de casar em Vegas para ter um casamento igual a todos os outros se não estiveres bêbado, foragido da justiça ou da familia dela/dele?
Embora pretendessemos apenas obter a licença quando saimos do hotel de manhã, para posteriormente organizar o casamento, os acontecimentos precipitaram-se e, numa verdadeira contracção do espaço-tempo, encontramo-nos numa capela a aguardar a chegada do Elvis para protagonizar a cerimónia.

Enquanto esperavamos filmamos mais uma cena do Shane. O enredo não é complicado: Joe encontra Shane quando este está prestes a casar e implora-lhe que não o faça e fique com ele. A filmagem foi ainda mais simples: sara (home and away), verdadeira cineasta europeia, tentou um plano geral, de modo a enquadrar os acontecimentos no cenário. Contudo Joe, personificando "a" estrela de cinema, cortou-lhe as vazas exigindo que se centrasse nele! As vazas e o pio, que antes que a sara tivesse tempo de dizer água vai, joe inciou uma serie de gemidos lancinantes por Shane!!! O resto é história documentada em video!

Neste compasso chegou o Elvis - que afinal está bem vivo e novo, pesem as más linguas que o dão como morto - ansiosamente aguardado por uma dominatrix improvisada (bem, tinha o comprido caule de uma planta a laia de chicote embora isso não devesse ser muito evidente atendendo à preplexidade da fotógrafa) que de noiva levava o véu (uma echarpe da sara segura na cabeça por uma liga) e por um extra-terrestre (se virem as filmagens do shane percebem que não precisava de roupagens).
No entanto a verdadeira estrela foi o Elvis, que, minutos a minutos, suspendia o discurso por instantes para fazer pose para as fotografias.
Mas até ele estava divertido com a adesão ao seu espectáculo, não só da parte dos noivos, como da parte dos padrinhos, que cantaram e dançaram com convicção.
E ao fim de 11 anos o José dançou! Caso raro e nunca visto, havia até a suspeita de ter uma disfunção coordenativa.
O resto do dia foi obliterado pela emoção do momento. Mesmo os 100 dolares perdidos pelo nosso representante no blackjack, nessa noite, foram quase esquecidos...

Zion Parque/ Las Vegas

O trecho que se segue é da exclusiva responsabilidade do seu autor. Qualquer semelhança com acontecimentos reais é absolutamente verdadeira.

Excertos do Nando:

Depois de acordar na nossa "Suite Particular" no Bryce Cannyon (q luxo) partimos em direcção ao Zion Park.
Não sabiamos ao que iamos mas rapidamente, no percurso que fizemos de shuttle, nos apercebemos que seria bom para acampar e fazer caminhadas, sem que houvesse nenhuma grande atracção em particular; ideal para escuteiros. Digamos que é um Gerês em ponto grande e com menos água ao qual se acrescentaram umas formações rochosas muito interessantes.
Foi um dos parques com mais gente da viagem.

Chegamos a Las Vegas, ao nosso Majestoso Hotel (Bellacio), que por sinal parecia ser dos melhores das redondezas, ao final da tarde.
Finalmente o vício e o pecado!!!! Casinos por tudo o que é lado e "gajas"!!...Sempre a abrir...Finalmente tinhamos chegado ao paraiso...
Logo no bar do Hotel onde fomos beber um cocktail para descontrair, uma chinoca a dar o máximo a fazer olhinhos ao José como se tratasse (e provavelmente era o caso) de uma verdadeira galdéria.
(nota da editora: apesar de todas as situações prometedoras esta viagem foi parca em experiências significativas de qualquer teor, que é como quem diz, não houve nenhuma!...)
Na volta que fizemos pelos casinos à noite deu para perceber que ofertas para sexo é o que não falta, é só ligar, né...

Depois de uma manhã em que nos apeteceu ficar mais pela cama para descansar um pouco não aconteceu nada de especial até ao espectáculo a que fomos assistir, á noite: Sin City.
Foi muito fixe...embora metade do que se disse lá em piadas não apanhei...lol. Mas como entre a actuação de cada cómico havia em show e semi-streap protagonizado por uma galdéria (por sinal bem jeitosa) aconteceu o inesperado...
O número consistia no seguinte: ela vestida de professora rameira dava uma licção de sexo aos alunos. Agora imaginem quem é que ela chama ao palco para aprender...não, não fui eu, foi o José...LOL! Claro que tenho provas, depois podem ver a foto! e claro que ele não deixou o crédito por mãos alheias quando lhe deu uma palmadinha no rabinho como mandam as regras da boa educação. Obviamente ainda foi contemplado com uns apalpões da sobredita...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

28/07: Monument Valley
















(Algumas horas mais tarde)





Mais uma história com final feliz.






Para fugir à tempestade aproveitamos para almoçar e quando acabamos as condições climatéricas melhoraram ligeiramente (ou seja, deixou de chover torrencialmente).






Depois de muito hesitar decidimos arriscar um tour de Jeep de duas horas (Nota: o Monument Valley tem servido desde longa data de cenário a muitos westerns - nomeadamente os do John Ford onde o herói era quase sempre o Jonh Wayne. O Indiana Jones também foi filmado nestas paragens). Quando fomos comprar os bilhetes entrou em acção o imprevisto que torna as viagens memoráveis. Por lapso, não compramos os bilhetes para o tour de jeep (para o qual se estavam a dirigir todos os turistas que não foram espantados pela trevoada) mas sim para um passeio a cavalo! (como devem imaginar, nenhum dos 3 tinha alguma vez montado a cavalo,...).






A experiência foi indescritível: apenas os 3 a cavalo com um guia Indio Navajo de 17 anos a explorar trilhos escondidos do Monument Valley superou todas as nossas expectativas!






Inspirados por este cenário grandioso decidimos reinterpretar a última cena do Western épico "Shane".






Infelizmente os meus dotes de escrita não permitem uma tradução satisfatória daquilo que se passou mas asseguro-vos que este foi um dos momentos simultâneamente mais ridículo e hilariante de toda a minha vida.






A situação ganha contornos surreais se pensarmos que o nosso espectador era um índio de 17 anos que nunca tinha conhecido Portugueses (estava aliás particularmente excitado com este facto no início do tour) e que nunca tinha ouvido falar do filme "Shane".






A cena propriamente dita foi simples e curta (apesar da forte intensidade dramática). Tudo começa com uma filmagem da paisagem acompanhada da voz "off" da Lígia a explicar que: "Após 20 anos Shane tenta novamente abandonar o chavalo choramingão".






A segunda cena regista o Shane (ou seja eu), a afastar-se montado no cavalo. A terceira cena representa o climax da filmagem com o chavalo (ou seja o Nando) a gritar: "Oh Shane, don´t go! Ho Shane, don´t leave me!,...






Ninguém pode compreender à distância aquilo que de facto aconteceu (apesar de haver uma filmagem muito incompleta deste momento). Se houvesse o mínimo de justiça o Nando levaria para casa um óscar. Simplesmente inacreditável!






(Absolutamente impagável a expressão perplexa do nosso guia enquanto estavamos a filmar esta cena. Notem que os diálogos foram feitos em Inglês)






Para terminar a câmara volta para o Shane de forma a captar os seus pensamentos que assumem mais ou menos a seguinte forma: "deixa-me em paz ó puto mongolóide. Será que não entendes que eu só queria comer a tua mãe?






Apesar dos melhores esforços esta primeira filmagem não ficou bem pois não conseguimos parar de rir nem controlar os cavalos.






A filmagem final foi feita no fim do tour tendo resultado igualmente hilariante. Infelizmente o peso do ficheiro não permite a publicação no blog.






Gostamos imenso desta experiência cinéfila e já estamos a pensar na cena que vamos recriar em Las Vegas. Talvez qualquer coisa do "Oceans 11".











































28/07: Thuntherstorms!




Chega de trevoadas! Chega de chuvas! O que é demais é demais!


Depois da trevoada na Floresta Petrificada seguiu-se a "Meteor Crater" (ver foto) com nuvens ameaçadoras e mais tarde fortes chuvadas no Grand Canyon. Em todos estes sítios tivemos de ouvir o discurso espantado dos guias a dizer que quase nunca chove e que estavamos a viver uma circunstância excepcional. Pois, pois,...


Agora é a vez do Monument Valley. Depois dum início de manhã seco foi preciso andar 100 milhas até à zona do Monument Valley para encontrar uma trevoada furiosa exactamente por cima deste último bastião de clima desértico.


Não pode ser! Isto é pura maldade. Tem de haver uma explicação sobrenatural. Arghhhh!!!!!


27/07: "Grand Canyon" - Tour de Helicóptero







Apesar da interferência do Sr. Joe Biden, conseguimos ainda assim marcar o Tour de Helicóptero (em vez das 9.30h como inicialmente previsto teve de ser às 15h. Paciência,...)

Cada helicóptero leva até 7 pessoas mas o nosso fez o tour apenas connosco garantindo dessa forma um verdadeiro tratamento VIP!

Desconfiamos que esta situação foi motivada por um pequeno diferendo que tivemos com a empresa operadora dos helicópteros,...

Para melhor perceber o que aconteceu tentem entender o seguinte enquadramento:

1) Tenho pânico de voar. Mesmo em aviões (que têm asas!!! e que portanto podem sempre planar se alguma coisa correr mal) tenho que tomar comprimidos pelo que experimentar um helicóptero (que não tem asas!!!) representa um desafio pessoal muito intenso (para não dizer aterrador!); 2) Como se não bastasse o anterior, o tempo estava a piorar acada minuto com as trevoadas a aproximar-se do Canyon de forma galopante. Conseguem imaginar um baptismo de vôo em helicóptero no meio duma tempestada para alguém que tem medo de voar? Penso que neste caso de pode aplicar a expressão do Woody Allen: "Jackpot neurótico!"; 3) Dizem as más linguas que sou algo impaciente revelando baixos níveis de tolerancia à frustração. Não me revejo nestas críticas mas vou ainda assim considerar este ponto a pedido de terceiros.

Considerem este enquadramento e pensem que ficamos 20 minutos à espera da partida do nosso helicóptero enquanto os restantes turistas iam chegando e partindo debaixo dos nossos narizes.



Naturalmente tive que protestar de forma civilizada e educada mantendo a habitual atitude fleumática que me carecteriza. É possível que a situação tenha escalado ligeiramente obrigando-me a fazer algumas ameaças mas não me lembro exactamente o que aconteceu porque nessa fase o valium já estava a fazer efeito,...



Seja como for, alguns minutos mais tarde estavamos no ar com um helicóptero só para nós. Viva a América!






27/07: "Grand Canyon"















Como seria de esperar, a nossa visita ao Grand Canyon foi altamente condicionada por factores externos. Desta vez, para além do mau tempo tivemos que contar com um segundo constrangimento: O vice presidente dos USA (Sr. Joe Biden) resolveu visitar o Canyon precisamente hoje!!!

Como consequência desta visita tivemos que lidar com um fortíssimo aparato de segurança que limitou troços do Canyon e fechou por completo o espaço aéreo durante toda a amanhã baralhando por completo os nossos planos iniciais para o tour de helicóptero.
Não ficamos a gostar do Sr. Biden. Atrevo-me mesmo a dizer que talvez tivessemos desejado que o Sr. fosse assaltado por um ataque incontrolável de diarreia quando estivesse a sobrevoar o Canyon,...

Sobre o Grand Canyon propriamente dito não há muito que se possa dizer para além do óbvio. Cumpre integralmente com todas as expectativas e justifica por si só uma visita aos USA.
(de certa forma faz lembrar uma pedreira para os lados de Gamil multiplicada por 1.ooo.ooo. Os Americanos e a sua mania de grandeza,...)

Tiramos fotografias de todas as formas e feitios mas não creio que nenhuma delas consiga transmitir a verdadeira magnificiência do espetáculo.
Querem saber exactamente como é? Venham cá!

A descoberta de Flagstaff




São sempre os imprevistos que tornam as viagens mais ricas. No plano inicial não tinhamos qualquer referência a esta simpatica cidade onde acabamos por passar uma noite.



Ficamos hospedados num Hotel histórico bem no centro da cidade (Weatherford Hotel) onde para além de termos sido muito bem recebidos ainda beneficiamos dum desconto no pagamento dos quartos.



A cidade é pequena mas muito bem arranjada e com excelente animação. Por todo o lado encontramos bares e restaurantes cheios de "boa onda"onde não faltavam Americanas hospitaleiras. Uma boa escolha!

26/07: O ataque dos Clones em Holbrook

Uma nota incontornável para o nosso diário de bordo: Hoje a Lígia acordou às 7.30h (Uma hora antes do despertador!) e levantou-se para tomar o pequeno almoço!
Estou em choque! Nunca em 11 anos de casamento assisti a algo semelhante.

Uma vez que estamos a passar por uma zona de forte actividade nuclear (Ex: Los Alamos,...) e extraterrestre (Ex: Roswell) existe a possibilidade de a Lígia ter sido trocada por um clone alienigena.

Vou estar especialmente atento ao seu comportamento nos próximos dias para testar esta teoria altamente plausível,...






26/07: Rumo a Sul

É tudo mentira! Os westerns são uma fraude! As filmagens são todas feitas em Hollywood com efeitos especiais!
As imagens míticas dos cowboys a atravessar zonas áridas debaixo dum sol escaldante são uma pura ficção. A realidade é bem diferente e muito mais sinistra.
Assim que entramos no Texas fomos recebidos por uma tempestade apocalíptica onde tivemos que conduzir com visibilidade praticamente nula (devido à parede espessa de nunvens negras que se estendiam até ao chão) no meio duma sinfonia de relâmpagos (a cair muito próximo do carro!) aterradora.
Depois desta simpática recepção (onde só faltou um tornado,...) o resto da viagem foi passada com a ameaça constante de chuvas e trevoadas. Foi assim durante toda a travessia do Texas, do Novo México e do Arizona.
Visitar a Floresta Petrificada (Arizona) debaixo deste quadro de terror foi uma experiência marcante que certamente não queremos repetir (em alguns sítios tivemos que voltar para trás para fugir às inundações causadas pelas chuvas nesta área supostamente semi desertica,...).

Hoje acordamos finalmente com céu azul o que nos deixou bastante optimistas mas, a informação metereológica é bastante clara: "Chuveiros e trevoadas até final da semana" (Hoje é segunda feira!!!!). Vamos ver como é eque estas condições afectam os nossos planos para o Grand Canyon.

Mentirosos!